"(...)Não te equivoques, Nathanael, ante o título brutal que me agradou dar a este livro.
Nele me pus sem arrebiques nem pudor; e se nele falo por vezes de lugares que não vi, de perfumes que não cheirei, de ações que não cometi – ou de ti, Nathanael, que ainda não encontrei – não é por hipocrisia. E essas coisas não são mais mentirosas do que este nome que te dou, Nathanael, que me lerás, ignorando o teu, ainda por surgir.
Quando me tiveres lido, joga fora este livro – e sai. Sai do que quer que seja e de onde seja, de tua cidade, de tua família, de teu quarto, de teu pensamento. Que o meu livro te ensine a te interessares mais por ti do que por ele próprio – depois por tudo o mais – mais do que por ti."
André Gide em "Os Frutos da Terra". Paris, 1927.
2 comentários:
valeu joão! alegria meu nobre!
abração!
daria pra desenvolver mais o enredo da terça parte para o final.
terminou o texto, mas parece que ele não queria terminar.
você fez o título só depois? ou foi no processo?
aludindo a clarice lispector, me parece que você nomeou o ovo antes da galinha chocar.
abraços, meu caro.
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